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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

PROFANO

Essa vontade compulsiva de escrever
como se minha caneta
tivesse uma ereção,
reflete minha estrada
cheia de borboletas
que parecem vaginas
de moças exóticas no cio.

Seu sexo animal
seu desejo nas têmporas
e nas nádegas,
Me enojam aqueles
que têm nojo do sexo
- Nem sabem nem sentem nada!

Quero uma chuva
de mel e de esperma
que irei beber sem pudor
Quero todos os dedos e línguas
como se fossem um rio
onde pudesse nadar
ao sol do meio dia.
INSPIRAÇÃO

Preciso escrever sobre as coisas mundanas
Há muito preciso libertar meus demônios.
Meu corpo de ator quer ser santo
Pois que seja usada cada parte dele
como um bom e suculento pedaço de carne

Me deseje babe lamba coma
Meu santo corpo com um bom vinho tinto
Saudosisma tudo que é meu e toma o que é teu
Examina cada parte amiúde
Depois, escolhe o que mais lhe agrada.

Me usa, pois hoje sou frívolo
sou todo fogo e água
Numa fusão de orgasmos e carbonos
Não quero apenas o gosto puro da carne

Por favor,
Ponha neste caldeirão:
madeira ferro plástico
DESAFIO

Te desafio, caro leitor
Que leia minhas poesias
sem expressar o nojo

Pois, escuras, não querem ser belas
não querem falar
das borboletas azuis do mar

Não admitem a existência
das lindas fadas dos olhos cor de mel
lábios de pétalas

Não tinha a intenção de existir
É apenas uma jorrada
de palavras abafadas e cruas

Sim! meu verso é torto!
Mais torto do que sua mente
após lê-las e depreciá-las.

Quer dar uma escarrada
Dentro da sua pobre cabeça
Que não entende seu significado.

Eros que não me abençoe
de uma mente podre e pervertida
centrada nas coisas imundas

Abomino a falsa-moral
das máscaras de gesso encardidas
pelo mofo do puritanismo

Irei jogar minhas faces na parede
Afinal, o que diabo é poesia?
Um sovaco nunca depilado?

Se não suporta a dor da poesia
Solte-a!
Ela quer ser livre
dos homens e da hipocrisia.
DESABAFO

Quando tenho certeza
sobre as coisas e pessoas
mais certeza tenho de não
saber sobre nada!

Cada lágrima minha
que dança na minha face
Cada lágrima minha
que cai nesse abismo
é uma persona que morre,
é uma máscara que falece
é um sentimento que padece
é a hora mais sublime.

Essa escuridão é meu lar
Esse ar de desconfiança
é tudo que respiro...
essa dor é corante no meu sangue.

Sinto os mais puros sentimentos
de desprezo raiva solidão
Minha falta de ar não é doença
é veneno na alma!

Desculpe, ser que deveria amar
Não amo! pois o amor
não é sentimento - É invenção
das mais iludidas das criaturas.

Esse momento o qual
Escrevo sem sossego
Tenho nas mãos o mal
qual bem foi preso

Sujo aqui de todo veneno
que essa tinta me dispõe
- São pragas rogadas ao vento
no crepúsculo das ilusões.

Preciso livrar-me das sombras
onde mil demônios professam
nas profundezas das zonas
sombrias palavras devassam

Este grito abafado nos dentes
cuja garganta não suportaria
Põe pois o pescoço à forca
e essas palavras suportaria

Chega de lamentar os tormentos
Ser apenas ferro e fuligem
faço mil juramentos
de eternamente ser pandora.

Morte, cara morte... não desejo-te
apenas a admiro
Vem pois como um bilhete
abrir-te! Correrei o risco


A Morte (Disponível)


A morte não vem mais
a cavalo
Sofisticou seus métodos...
Ela chega sorridente
como um vendedor
de quinquilharias,
vestida feito uma prostituta
com seu hímen na mão
e esperma na boca.

Aparece de repente
num e-mail CLICK
num site CLICK
num doc CLICK
num pc CLICK
Em vc CLICK

Ou quando menos sofisticada,
em um programa de tv
- num reality show
privada da sanidade alienada!

E agente se conecta...
processando
...
da realidade
da vida
do tempo
da emoção
da sensação

processando
...

Quando damo-nos conta
ela já tem ido,
sem se quer tomar uma xícara de coca-cola!